domingo, 24 de abril de 2016

Burocrata mas poeta

Meu coração não retumba mais,
Bate regularmente, funciona
Quando sentado na poltrona
Leio, sem ânimo, os jornais.

Há muito não leio poesia,
Já deixei de declamar Camões.
Sou poeta da burocracia,
Sou antítese das revoluções.

Burocrata burguês e funcionário
Descontente com o rumo de seu fado.
Paradigma de um homem ordinário,

Sou escravo de um ótimo ordenado,
Sou herdeiro de um velho mundo agrário,
Sonhador e poeta apaixonado.

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