Meu coração não
retumba mais,
Bate regularmente,
funciona
Quando sentado na
poltrona
Leio, sem ânimo, os
jornais.
Há muito não leio
poesia,
Já deixei de
declamar Camões.
Sou poeta da
burocracia,
Sou antítese das
revoluções.
Burocrata burguês e
funcionário
Descontente com o
rumo de seu fado.
Paradigma de um
homem ordinário,
Sou escravo de um
ótimo ordenado,
Sou herdeiro de um
velho mundo agrário,
Sonhador e poeta
apaixonado.
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