segunda-feira, 21 de abril de 2014

Cosmogonia Sertaneja


Arde o Sol de meu Sangue acaboclado
Sobre a áspera Rocha do meu ser,
Astro escuro tentando se esconder
Sob a Luz do Sertão esbraseado,
Onde o Rio de meu Sangue derramado
Rega o Solo de um mundo endurecido
E ilumina este Abismo adormecido,
Despertando Demônios e Poetas
Que, gritando suas Palavras secretas,
Dão ao Caos deste Mundo algum sentido.

Sobre o chão pedregoso Sertanejo,
Furioso e brilhando Aurivermelho,
Paira o Astro terrível que é o espelho
Do Sangue derramado e malfazejo
De um Poeta infernal, cujo bafejo
Deu alento a uma Raça piolhosa
Que, gerada na vil massa Argilosa,
Quis alçar-se à Divina posição.
Anoitece nas terras do Sertão,
Sonha a Raça divina, silenciosa.

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